terça-feira, 12 de maio de 2009

Contabilidade de Custo


HISTÓRICO

I ) ERA MERCANTILISTA CONTABILIDADE FINANCEIRA

Imperava apenas o comercio

Apuração do Custo das Mercadorias Vendidas era simples, basicamente por diferença conforme a classifica a disposição:

ESTOQUES INICIAIS

(+) COMPRAS

(-) ESTOQUES FINAIS

(=) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS

II) REVOLUÇÃO INDUSTRIAL CONTABILIDADE DE CUSTOS

Século XVIII

Surgem as indústria Fabricação de Produtos

O custo passa a ser composto pelos valores dos fatores de produção utilizados para a fabricação dos produtos.

Atende, basicamente, as necessidades contábeis, dos acionistas e do fisco.

Mera ferramentas auxiliar na avaliação dos estoques e dos lucros globais.

III) A era moderna Contabilidade Gerencial

Crescimento das Empresas Maior distância entre administrador, ativos e pessoas administradas.

Funções básicas : Controle e tomada de decisões.

Ainda não se desenvolveu plenamente, existindo muito campo a ser explorado

CONCEITOS BÁSICOS

Um dos grandes problemas que enfrentamos na contabilidade de custos é quanto aos diversos termos utilizados. Custos, Gastos, Despesas e Investimentos são alguns dos termos que utilizamos e constantemente nos geram dúvidas quando temos que classificar determinados documentos. Para podermos conversar na mesma linguagem em nossas empresas procura definir os principais conceitos da contabilidade de Custos:

1)GASTOS

É todo sacrifício financeiro para se obter um produto ou serviço qualquer,é um conceito bem amplo e se aplica a qualquer aquisição de bens ou serviço em uma empresa tais como:gastos com a compra de matéria – primas, gastos com pagamentos dos salários,gastos com a aquisição de equipamentos, gastos com a contratação de serviço de terceiros e etc.

2)INVESTIMENTOS

Gastos ativados em função de sua vida útil ou de benefício atribuíveis a futuro período, ou seja, são os gastos “estocados” nos ativos das empresas, para baixa ou amortização quando de sua venda, consumo, desaparecimento ou de sua desvalorização.

O explosivo é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; uma máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente.

3)CUSTOS

É o gasto com aquisição de bens ou serviços a serem aplicados na produção de outros bens ou serviços.

Por exemplo, os gastos com matérias – primas, mão de obra de operários da produção, energia elétrica ou outro tipo de bem ou serviço serão classificado como custo de produção sempre que utilizados para a fabricação de outro bem ou serviço.

Outro ponto a salientar é que o explosivo que é ativado quando comprado, será apropriado a custos quando requisitado e consumido na produção das minas.

Da mesma forma, a máquina que foi ativada como investimento permanente, terá a sua depreciação apropriada a custos (caso seja instalada na produção) gradativamente de acordo com o tempo estimado de sua vida útil.

4)DESPESAS

Bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receitas. Os gastos com transporte e custodia de ouro, por exemplo, se tornam despesas de imediato.

AS despesas são itens que reduzem o patrimônio liquido e tem essas características de representar sacrifício no processo de obtenção de receitas.

Como exemplos têm os gastos com materiais e salários das áreas administrativas, as comissões dos vendedores, etc. Todos se transformam em despesa quando realizados.

Já os gastos que foram apropriados a custos, somente serão levadas as despesas quando da venda dos produtos (CPV).

PRINCIPIOS CONTABEIS APLICADOS A CUSTOS

1)REALIZAÇÃO

Reconhecimento contábil do resultado (lucro ou prejuízo) apenas quando da realização da receita.

Os valores apropriados a custos são agregados ao estoque.

Somente na venda dos estoques os custos serão considerados despesas (custo dos produtos vendidos).

2)COMPETÊNCIA

Extremamente importante. Diz respeito ao momento do reconhecimento (registro) do gasto.

Este reconhecimento se da quando o gasto é incorrido, independentemente do seu desembolso.

3)CUSTO HISTÓRICO COMO BASE DE VALOR

No Brasil, apesar do processo inflacionário, a legislação societária e fiscal obriga a avaliação dos estoques pelo seu custo de aquisição ou fabricação (Histórico).

Gera reflexos nos custos de produção, uma vez que os valores das matérias – primas e materiais auxiliares (estoques do almoxarifado) ficam com seus valores defasados até que sejam consumidos.

Por outro lado, os produtos estocados também geram distorções uma vez que os gastos para sua produção (ou Aquisição) são levados a despesas apenas quando vendidos, ou seja, a receita é pelo valor atualizado e o custo das vendas é histórico.

Em 1987 foi introduzida no Brasil, para as companhias Abertas, a correção integral, com o intuito de se eliminar (ou minimizar) os efeitos inflacionários nas demonstrações financeiras.

Em função da inflação todas as empresas no Brasil são obrigadas a manterem uma contabilidade paralela, em moeda forte, para se gerar informações gerenciais mais adequadas para a tomada de decisões.

4)CONSISTÊNCIA

Também e muito importante, uma vez que mudanças constantes nos critérios e métodos de custeio podem gerar distorções tanto na comparabilidade dos custos durante um determinado período como reflexo nos resultados da Empresa.

5)CONSERVADORISMO

Devemos usar este principio sempre que tivemos dúvidas na classificação de determinado gastos. Normalmente surgem situações que não temos certeza se devemos ativar (custos) ou lançar como despesa um gasto. O conservadorismo manda lançarmos como despesa sempre que isso ocorrer.

6)MATERIALIDADE

Outra regra importante. Devemos dar tratamento menos rigoroso a valores monetários de pequena monta dentro dos gastos totais.

A relação CUSTO X BENEFICIO deve ser levada em consideração ao decidirmos dar atenção especial a determinados itens de custos.

Entretanto, devemos estar atentos, pois a soma de pequenos valores podem se transformar em um valor significativo (material) gerando necessidade de atenção especial.

OUTRAS CONSIDERAÇOES

1) A DIFICIL SEPARAÇÃO, NA PRÁTICA, DE CUSTOS E DESPESAS.

Teoricamente, a separação é fácil: os gastos relativos ao processo de produção são custos, e os relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são despesas.

Entretanto, temos situações onde a apropriação correta se torna difícil, sendo na maioria dos casos usados critérios de rateios nem sempre perfeitos. Como exemplos têm os gastos do setor pessoal, do setor de compras, etc.

Para minimizar os efeitos dessa dificuldade, devemos sempre levar em consideração a materialidade dos valores envolvidos, a constância com que os gastos são incorridos, etc.

Em suma, só devem ser rateados e ter uma parte apropriada a custos e outra despesas do período os valores relevantes que visivelmente contêm ambos os elementos e podem, por critério de rateios não excessivamente arbitrário, ser dividido nos dois grupos.

2)ONDE TERMINA OS CUSTOS DE PRODUÇÃO

É fácil visualizar onde começam os custos de produção, mas em alguns casos podemos ter dúvidas onde terminam. Esta dúvida surge no momento de se segregar gastos que podem ser custos ou despesas de vendas. Por exemplo, as embalagens de um produto podem ser custo ou despesa dependendo de como o produto é estocado, ou seja:

*CUSTOS quando o produto é estocado já embalado;

*DESPESA quando a embalagem é utilizada apenas no momento da venda, pois o produto é estocado a granel (sem embalagem).

No caso das empresas que possuem produtos valiosos (ouro, por exemplo) é comum a estocagem em locais mais seguros (custodia em banco) com gastos tanto de transporte como de aluguel. Neste caso que ainda não ocorreu à venda, estes gastos são custos ou despesas? Serão consideradas despesas uma vez que os gastos são para manter o produto já acabado em lugar seguro.

3)GASTOS COM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS.

Temos duas formas de contabilização: despesa ou diferido. No Brasil é permitida a contabilização como despesas em função de que não se tem certeza de que os gastos com pesquisas sejam passiveis se amortização. Isto porque caso o estudo não tenha sucesso o gasto, caso seja ativado, deverá ser baixado contra resultado.

Entretanto, os gastos com a preparação de um novo produto já definido o seu lançamento (ou uma nova mina) será ativado (diferido).

É o caso dos gastos Pré-Operacionais na abertura de uma nova mina.

4)O PROCESSO PRODUTIVO

Outro ponto importante a ser salientado é que o profissional de custos deve conhecer profundamente o processo produtivo da empresa onde trabalha.

Este conhecimento é fundamental para se definir adequadamente o sistema apropriação de custos.

Nas empresas de mineração este fato é muito importante uma vez que dentro da mina existem diversas atividades que nem sempre será apropriado aos custos de produção, como é o caso de determinado desenvolvimento, perfuração e/ou desmontagem de rocha que não são tratadas no mesmo período. Neste caso podem ser diferidos ou estocados.

SE VOCÊ NÃO CONHECE O PROCESSO PRODUTIVO DE SUA EMPRESA,FAÇA-O DE IMEDIATO,CASO CONTRÁRIO NÃO TERÁ SUCESSO NO APRIMORAMENTO DO SEU SISTEMA DE CUSTOS.

ALGUMAS NOMECLATURAS DE CUSTOS

1)CUSTO DIRETO

É aquele que pode ser apropriado diretamente ao produto, sem necessidade de se efetuar rateios. É o caso dos materiais consumidos diretamente nos produtos (ex: explosivos), o valor da mão de obra dos operários que trabalham com o produto (ex: mineiros) e os serviços contratados diretamente para a produção (ex: energia elétrica).

Estes gastos têm apropriações diretas e medidas bem definidas.

2)CUSTO INDIRETO

Este caso tem como se apropriar de forma objetiva (diretamente), sendo necessário a utilização de critérios de rateios que, em muitos casos, são subjetivos.

Como exemplo tem os gastos com as áreas de apoio (manutenção, suprimentos, etc.), administração da produção, aluguel, etc.

3)CUSTO FIXO

São os custos que ocorrem independentemente do volume que se produz, ou seja, mesmo que a produção pare o gasto vai ocorrer. Como exemplo tem alugueis os salários da supervisão, as despesas administrativas, etc.

4)CUSTO VARIÁVEL

São os custos que ocorrem em função do volume produzido, ou seja, os valores variam de acordo com acréscimo/decréscimo da produção.

Como exemplo, temos os materiais usados diretamente na produção, a energia elétrica, a mão de obra dos operários, etc.

A correta classificação entre fixo e variável é muito importante para uma boa análise de custos e tomada de decisões. Entretanto, nem sempre é fácil, podendo um custo que teoricamente é variável ser fixo como é o exemplo da mão de obra direta, uma vez que a variação da produção nem sempre significa redução ou aumento do custo com os operários.

Temos, também, os custos que são fixos até um determinado volume de produção e a partir deste volume passam a ser variáveis (ou vice-versa). Mas não vamos tratar desse assunto nesse módulo.

SISTEMAS DE CUSTOS

APRECIAÇÕES GERAIS

Além da necessidade primordial de se conhecer bem os conceitos da contabilidade de custos, é necessário que exista um bom sistema para apuração dos custos de uma empresa.

O esquema básico para um sistema de custos é o seguinte:


Como podemos observar a principal fase do processo é a “entrada de dados”, que depende exclusivamente de pessoas. As outras duas fases podem ser desenvolvidas em excelentes sistemas mecanizados, mas se os dados iniciais não forem corretos todas as informações geradas não serão utilidades.

A maioria das informações de entrada é gerada pelos setores produtivos da empresa, onde normalmente as pessoas são avessas a papeis e burocracia criadas para alimentação do sistema. Além disso, temos que levar em consideração a formação cultural e escolar dos profissionais de produção, onde os operários normalmente são de nível cultural inferior e os engenheiros não foram preparados adequadamente para a utilização das informações geradas, da mesma forma que nossos contadores e administradores não estão preparados para, por exemplo, ”tocar” uma mina. Além disso, normalmente o pessoal técnico encara o sistema de custos como uma forma de controle.

Estes fatores é que levam, em diversos casos à rejeição, boicote ou simplesmente à resistência passiva, pelo pessoal técnico, à implantação do sistema.

Por isso, no desenvolvimento de um sistema de custos é fundamental que o mesmo seja simples e com um bom envolvimento e treinamento das pessoas das áreas produtivas. A partir de um sistema simples bem assimilado pelos usuários, é que se deve melhorá-lo e sofistica-lo.

Nunca devemos perder de vista as informações que são geradas, pois não adianta gerarmos uma infinidade de dados que não serão utilizadas. É outra armadilha de um sistema de custos. Às informações devem ser as necessárias e de acordo com as necessidades de nossos clientes.

Portanto, para que um bom sistema de custos seja implantado com sucesso é necessário:

*Sistema de entrada de dados simples coleta na produção

*Participação dos usuários conscientização

*Treinamento utilização correta

*Informações importantes e necessárias “Quem não vê utilidade em um dado não lhe dá importância.”

2)SISTEMAS DE CUSTOS – “IMPORTAÇÃO”.

É normal uma empresa “importar” um sistema de custos que já funciona em outra (principalmente de matrizes e/ou filiais). É uma alternativa mais econômica mas que tem que ser adotada com cuidado, tomando-se alguns cuidados:

Não esquecer que quem alimenta as informações nos sistemas é o pessoal operacional e que o nível destes varia de empresa para empresa e de uma região para outra.

Mesmo que possuam a mesma tecnologia ou produto, cada uma tem suas particularidades, gerando mais ou menos detalhamento dos custos.

O nível de informações que alta administração precisa necessita nem sempre é a mesma nas empresas.

Como o passo da participação dos empregados no desenvolvimento dos sistemas é suprimido, deve-se dar uma atenção espacial no treinamento dos mesmos.

3)CUSTOS E BENEFÍCIO

Este é um ponto muito importante, tanto no desenvolvimento como na manutenção de um sistema de custos. Não podemos esquecer que qualquer informação é sempre útil para a administração, mas muitas não são analisadas ou transmitidas porque sua prioridade é pequena e o tempo gasto na sua obtenção foi grande. Torna-se dispensável.

É importante lembrar que “que toda informação provoca um gasto” e pode trazer um beneficio. A relação entre esse dois componentes é muito importante na avaliação de um sistema de custos.

“AS INFORMAÇÕES DEVEM SER GERADAS EM TEMPO HÁBIL E COM UM CUSTO RAZOÁVEL (ALÉM DE CONFIÁVEIS É CLARO) E QUE ATENDA ÀS NECESSIDADES DOS USUÁRIOS.”

CUSTO CONTÁBIL X CUSTO GERENCIAL

É comum no nosso dia a dia nos depararmos com situações do tipo: “Em cruzeiro é custo e em dólar é diferido”. Isto quer dizer que no custo contábil (ou fiscal) vamos contabilizar como custo (ou despesa) e no custo gerencial como diferido (ou custo antecipado).

Normalmente quando isso ocorre à boa técnica contábil manda ativar o gasto, pois o fato de não lançar no custo gerencial nunca deve ser em função de “mascarar” o custo. Já no custo fiscal envolve o planejamento tributário e as características da mineração permitem decisões de sério risco como o de se lançar em custo um gasto que tecnicamente seria ativado.

Por exemplo, o gasto com desenvolvimento sempre foi aceito pelo fisco como custo de produção.Com isso quase que se faz dentro de uma mina podemos contabilizar como custo, mesmo que saibamos que o gasto não está gerando produção e que beneficiará a produção futura ou mesmo pelo resto da vida útil da mina.

Esta prática deve ser realizada com bastante critério e em comum acordo com a área de produção, para que eventuais auditorias externas ou mesmo ação do fisco, nossos engenheiros possam dar versões técnicas que não existem dúvidas de que os gastos são realmente custos.

Alguns exemplos deste tipo de situação são:

*Construção de rampas de acesso às frentes de trabalho;

*Construção de poços dentro das minas;

*Desenvolvimento de galerias de tráfego nas minas;

*Perfuração dos corpos de minério sem que haja o seu desmonte, ou seja, formação de estoque de minério perfurado dentro da mina.

*Outros tipos de gastos que possam surgir.

Atenção deve ser dada a esta prática, pois os contadores devem estar cientes e bem informados sobre o que está ocorrendo. Mais uma vez é fundamental que o profissional de custos conheça muito bem o processo produtivo e, ainda,visite periodicamente as áreas de produção a fim de se saber o que está ocorrendo .Não podemos esquecer que os engenheiros não possuem a mesma formação acadêmica de nossos profissionais e que sua maior preocupação é em produzir.

CENTRO DE CUSTOS

CONCEITO

Área física ou funcional da empresa para as quais seja necessário apurar separadamente os custos.

É fundamental que, para cada centro de custo estabelecido, sejam definidos claramente, os seguintes itens:

Natureza do centro de custo (área física/funcional);

Responsável (exclusivamente uma única pessoa);

Finalidade ou objetivo do centro de custo;

Limites de responsabilidade em relação aos demais centros de custos;

Além dos itens acima é muito importante que, ao abrir um novo centro de custo, sejam observado os seguintes quesitos:

Os valores envolvidos não sejam irrelevantes (custos x beneficio)

Seja possível alocar claramente o pessoal, os materiais e serviços consumidos possam ser apropriados sem rateios e se possam alocar adequadamente os bens patrimoniais.

LEI DE FORMAÇÃO DOS CÓDIGOS DOS CENTROS DE CUSTOS

Existem diversas formas de se criar os códigos de centro de custos neste trabalho vamos especificar a lei de formação dos códigos definidos para as nossas empresas, que utiliza o código alfa/numérico.Ao se criar um centro de custo, o seu código deverá observar as seguintes leis:

1º DIGITO (ALFABÉTICO)

Identifica a unidade de negócio (no caso da MMV) ou a empresa da Gold Division (MSG, JMC, Mil ou MPL)

Exemplo: “S” é MSG

“J” é JMC e assim por diante.

2º Digito (ALFABÉTICO)

Identifica as unidades funcionais, como por exemplo, administração geral, geologia, mineração, etc.

3º DÍGITO (NUMÉRICO)

Identifica a natureza do centro de custo:

0 - C.C Administrativo

1 - C.C de Produção

2 - C.C Prestadores de Serviço

3 - C.C Auxiliares

4 - C.C de Apoio Administradores

B - C.C de Pesquisa

4º DÌGITO (NUMÉRICO)

Diferente centro de custos que possuam, em comum, os três primeiros dígitos.

5º DÍGITO (NUMÉRICO)

Dígito verificador utilizado nas rotinas de

Digitação de dados (calculados via sistema).

6º e 7º DÍGITOS (NUMÉRICO)

Identificam o produto ou serviço prestado

Pelo centro de custos em questão são cha-

mado de determinantes orçamentário.

O determinante 01 não deve ser utilizado

Pois refere-se a rotina específica do siste-

Ma de custos padrão e o 02 será sempre re-

lacionado a centro de custo administrativo.

(Por exemplo, administração de mineração).

CONTAS ESPECIAIS

É comum se ter necessidade de apuração de custos de determinados serviços ou ocorrência que não representa uma atividade física na empresa. Neste caso os gastos serão controlados através de contas especiais.

Por exemplo, a execução de uma obra civil requer a abertura de uma conta especial para apuração dos gastos e, posteriormente, ter a destinação contábil adequada (no caso de imobilizado).

Como podemos observar, outra característica importante de uma conta é que sempre será temporária.

Entretanto, aberturas destas contas devem ser criteriosas para não tornarem verdadeiras válvulas de escape para redução de custos de produção. Os critérios mínimos a serem observados são:

Ter prazo previsto para encerramento;

Ter valor previsto para o gasto;

Definição clara do objetivo de sua abertura;

OS CUSTOS NA GOLD DIVISION

Com os principais conceitos da contabilidade de custos assimilados, podemos agora discutir a nossa realidade, ou seja, aprofundar em nossos próprios critérios e nos nossos objetivos.

Atualmente, os custos na Gold Division são apurados pelo critério de custeio por absorção, que é o aceito pelo fisco. Isto não quer dizer que no futuro não possamos mudar o critério de apuração dos custos gerenciais, mas não trataremos este assunto nesse módulo, já que nosso objetivo aqui é firmamos os nossos conceitos de acordo com nossa realidade atual.

Estamos em fase final de elaboração do sistema de custos contábil e que abrange, também o custo gerencial, que norteará este capítulo do nosso curso. A seguir vamos detalhar todo o sistema:

A ENTRADA DE DADOS

Nesta fase temos apropriação do custo direto e de todos os critérios de rateios. Assim temos:

CUSTO DIRETO – É a apropriação dos gastos com mão de obra (via interface com a folha de pagamento),materiais (via interface com sistema de suprimentos) e serviço externos (via interface com o sistema de serviço e “caixa e bancos”).

APROPRIAÇÕES – Sãos as bases de rateios dos gastos dos setores prestadores serviços interno e de apoio à produção. Por exemplo, apropriação de homens/hora (HH) consumo de energia (kws), etc. No caso especifico da manutenção, as apropriações serão através de interfaces com o sistema de custo interno(SCI).

Com a implantação do sistema, está sendo criada uma nova filosofia para o repasse de custos, ou seja, foi criada a figura do resíduo. Assim temos os seguintes tipos de apropriações:

AP – Apropriação para centro de custos que repassam 100% de seus custos.

APR – Apropriação para centros de custos que podem ter resíduos cuja base de cálculo do custo unitário será buscada via interface com outro sistema. Hoje temos apenas o caso de apropriação de HH, que se busca na folha de pagamento o total de horas disponível no mês para repasse.

APP – Apropriação para centro de custos que podem ter resíduos cuja base de cálculo do custo unitário será o padrão definido para o C.C/D.O, a ser buscado do sistema de custos.

Se referir-se a imobilizado (gasto de capita), deverá estar previsto no programa anual de G.C, ou com aprovação especial da diretoria(GNP).

Se referir-se apenas ao acompanhamento de um determinado custo de produção, a conta deverá estar relacionada ao centro de custos responsável pela absorção dos gastos realizados.

Toda abertura de conta especial deverá ter aprovação do responsável pelo setor de custos (além do responsável pelo controle da realização do gasto).

Além dos critérios mínimos a serem observados na abertura de contas especiais, alguns cuidados básicos devem fazer parte da rotina das áreas de custos:

Analisar mensalmente os gastos realizados nas contas, procurando detectar apropriações,

Indevidas, às mesmas;

Acompanhar os prazos estimados para execução dos trabalhos que originaram a abertura da conta. Toda vez que os prazos forem ultrapassados, os responsáveis deverão ser questionado e, formalmente, redefinidos os novos prazos;

Da mesma forma, os valores realizados devem ser comparados com os valores previstos. Os “estouros” de verbas devem, sempre, estar acompanhados de aprovações de verbas extraordinárias.

É muito importante estarmos alertas, pois uma conta especial pode torna-se uma válvula de escape para redução de custos de produção.

Padrão. Por exemplo, o valor unitário do metro de sondagem será o custo total dividido pelo padrão definido pela própria área.

SCI – O custo hora das áreas de manutenção será calculado em função das horas disponíveis (via folha de pagamento), e o repasse em função das apropriadas no SCI(via interface).

TIME SHEET – Apropriações de horas a serem repassadas para outra empresa ou para alguma conta especial. Esta apropriação repassa apenas o gasto com mão de obra e, para os C.C/D.O, que já fazem apropriações de HH,este instrumento será utilizado apenas pelos supervisores ou funcionários cadastrados como mão de obra indireta.

OUTROS TIPOS DE RATEIOS – As apropriações acima são critérios que podemos considerar como objetivo, entretanto, nos depara com alguns gastos cujo rateio por apropriação demandaria um excesso de controles para valores nem sempre relevantes, como por exemplo:

RELAÇÕES INDUSTRAIS – Rateio em função do número de empregados de cada centro de custos.

SUPRIMENTOS – Rateio em função do número de itens movimentados pelo sistema de suprimentos.

PERCENTUAIS – Alguns gastos por não compensar um controle muito grande (materialidade), têm seus gastos repassados através de percentuais normalmente subjetivos. Neste caso, deve-se periodicamente revê-lo.

ALIMENTAÇÃO/TRANSPORTE DE PESSOAL – Estes gastos são repassados através de com o número de empregados de cada C.C/D.O.Com a implantação do sistema será feita interface com o sistema de folhas , de forma a se repassar estes gastos para quem realmente os utiliza.

O PROCESSAMENTO

Atualmente todas as empresas utilizam o critério de “seqüência de rateios”, com suas conseqüentes distorções. Apesar destas não serem significativas, uma vez que se leva em consideração a materialidade dos custos para definição da seqüência, o sistema de custos adota o critério da chamada “gaiola de esquilo” onde não se tem uma seqüência pré-estabelecida para os rateios.

A gaiola funciona baseada em passos e, para que não seja infinita, devemos definir quando ela deve parar. Normalmente define-se o número de casas decimais onde ela se encerra.

Assim, estaremos aprimorando os critérios de apropriação dos custos de produção de cada mina. Outra fase do sistema de custos é o processamento da interface com a contabilidade. Todos os lançamentos contábeis serão feitos através dessa interface.

Além disso, o kardex se ácido no caso da MMV será controlada no sistema de custos,gerando, via interface, o lançamento dos custos do produto vendido, completando todo o ciclo de contabilidade de custos.

3) OS RELÁTORIOS

Teremos dois grupos de relatórios, um interno e outro gerencial, a ser distribuído para todos os níveis gerenciais.

RELÁTORIOS INTERNOS

CUSTO DIRETO – Com o detalhamento dos gastos com mão de obra, materiais e serviço externos distribuídos por todos os centros de custos e contas especiais. Estas aberturas procuram, desde já, abranger as mesmas linhas do custo verticalizado (vertical cost).Estes relatórios devem ser analisados antes de iniciar o processamento da gaiola, de forma a detectar qualquer erro nesta fase.

O importante é que os números até aqui apurados “fechem” com as contas de custos da contabilidade (grupo 304).

CUSTO TOTAL FINAL – Com os custos finais de cada conta de apropriação, após o processamento da gaiola. Nestes relatórios aparecerão apenas as contas que tiverem custo final, ou seja, aquelas que repassaram 100% de seus gastos não mais aparecerão. O valor total destes relatórios deverá ser igual ao valor total dos custos direto.

Com este relatório já podemos definir os lançamentos contábeis no que se refere ao custo do ouro, do ácido, de obras de andamento, despesas, etc.

COMPRA E VENDA – Um relatório para cada C.C/D.O onde é demonstrado os valores e de onde vieram todos os gastos recebidos, bem como para quem e qual o valor dos custos repassados(quando for o caso ).O relatório é aberto em coluna de mão de obra,materiais,serviço,alimentação,transporte de pessoal,depreciação e o total.Tem o objetivo de facilitar a conferência dos rateios, além de ser mais uma ferramenta para análise de custos(principalmente quando for necessário “abrir” custos”).

RELÁTORIOS GERENCIAIS

Demonstrativo de Custos – Relatório que vão demonstrar, por C.C/D.O,todos os gastos ocorridos no respectivo C.C/D.O demonstrará tanto o custo direto (mão de obra,materiais e serviços externos) como todos os outros gastos repassados para o mesmo(como energia,alimentação,manutenção,etc.).Apesar de não estarmos com o seu “Lay-out”totalmente definido,deveremos demonstrar tanto o custo em valor (CR$ E US$) como em valor por unidade.

Esta unidade será específica de cada C.C/D.O,além demonstrar os custos em US$/TON e US$/OZ.Pretendemos, também incluir outras informações gerenciais tais como indicadores de resultados de cada área,consumos específicos,cotações do ouro e outras que forem solicitadas pelos nossos clientes e que sejam passíveis de apuração .

Além dos relatórios por C.C/D.O,teremos os totalizadores de acordo com a hierarquia dos C.C/D.O

Deveremos, também, elaborar relatórios demonstrando os resíduos gerados pelas áreas prestadoras de serviço, quando for o caso.

CUSTO POR MINA – Demonstra o custo total de cada mina, detalhando por tipo de gasto (Direto, Indireto, Despesas, Depreciação, etc.).

Estes relatórios já são utilizados, passando a ser emitido via sistema..

“MINE SUMMARY” – Relatório que também já é elaborado e que passará ser emitido via sistemas. O seu objetivo é demonstrar, além do resultado operacional de cada mina, se este resultado é suficiente para cobrir os gastos com os investimentos realizados em cada uma.

“VERTICAL COST” – Também já é elaborado hoje e passará a ser via sistema. O seu objetivo é demonstrar o custo total da empresa, segregando-o pelos diversos tipos de gastos que ocorrem, de forma verticalizada. As linhas que o compõem são padronizadas na GOLD DIVISION, mas nada impede que cada empresa tenha um detalhamento diferente em função da relevância de determinados gastos.

Os três últimos relatórios são partes integrantes do “MONTHLY REPORT” que é o relatório mensal distribuído para alta administração das empresas e, portanto, requer um alto nível de qualidade. Além disso, estes relatórios comparam os gastos realizados com os gastos previstos no BUDGET,ou seja, nas projeções de custos realizadas a partir dos orçamentos de despesas e de gasto de capital.

É bom lembrar que o sistema em desenvolvimento abrange apenas a realização dos gastos,quando o mais indicado é que em todos os níveis os números sejam comparados a números projetados. Para que isto ocorra será necessário uma alteração profunda do sistema de orçamento, o que deverá ocorrer quando o plano de informática da MMV contemplar este sistema.

ANÁLISE DE CUSTOS

Com a implantação do sistema de custos teremos mais tempo para efetuar análises nos custos. Para tanto, deveremos incluir no sistema alguns relatórios chaves abrangendo as classes de custos como mão de obra, materiais e serviço externos.

Aberturas de custos serão mais ágeis e permitirão detectar problemas de apropriação e utilização inadequada dos sistemas fontes.

LEMBRETES IMPORTANTES

Para finalizar este módulo básico de contabilidade de custos, gostaríamos de reforçar alguns pontos fundamentais para que você possa se desenvolver e contribuir para a melhoria da qualidade do seu trabalho, de forma a se sentir satisfeito e, como conseqüência, fazer com que seu “cliente” também fique satisfeito com o produto que você lhe oferece:

ESTUDE

Não se restrinja a este material. Procure sempre estudar e conhecer tudo que possa ser novo e útil ao desenvolvimento do seu trabalho.

O PROCESSO PRODUTIVO

Procure conhecer todo o processo produtivo de sua empresa. Conhecer não significa visitar a mina ou a metalurgia. Significa entender a importância do serviço prestado pela geologia, saber todos os passos do processo dentro da mina, a termologia utilizada, as dificuldades nas apropriações, a questão de desenvolvimento e serviço de apoio. Na metalurgia, além de conhecer o fluxo do minério, saber o que cada produto químico importante faz para se obter o ouro, como funciona a fundição, o laboratório, o tratamento de eflentes e o que o rejeito e como é o controle de seu nível. E a manutenção?Temos que conhecer todos os seus problemas. Não podemos esquecer que é uma área sempre usada como “bode expiatório” para as áreas de produção explicar os problemas de custos e operacionais. Será sempre verdade?

E o custo administrativo? Você já deve ter ouvido alguém da área de produção dizer: “É... esta despesa administrativa é muito alta. Este pessoal ganha muito bem...Nós reduzimos custos e ele aumentam”e outras insinuações deste tipo.Você sabe dizer se é verdade ou mentira?Você sabe o que compõe este grupo de despesa?E aquele valor que “a contabilidade”passa,você já passou saber o que é?

Portanto, conhecer o processo produtivo é muito mais do que visitar a mina e a metalurgia.Se pudermos conversar com o homem de produção e responde-lhe todas estas questões,estaremos realmente prestando um bom serviço aos nossos clientes.

NÃO SEJA PASSIVO

Se sua filosofia é daquela que “sempre foi assim..., mandaram fazer assim...”etc,mude.Passe a questionar que “será que não posso fazer de outra forma?...Porque tem que ser desse jeito?”,etc.Por mais eu uma pessoa seja experiente ou conheça de um assunto, não quer dizer que ela seja infalível.Além disso,determinados procedimentos adotados hoje com sucesso, não garantem o sucesso de amanhã.

Portanto,não fique parado, pense, questione, participe e dê sugestões. Nada na vida é eterno e verdadeiro para sempre.

ANÁLISE DE CUSTOS

Função maior do profissional de custos, somente será eficaz se observados os itens acima. Ela que tem que ser constante e objetiva, de forma que proporcione dados que possam auxiliar a tomada de decisões e o aprimoramento do sistema de informações.Além disso,não podemos esquecer que o sistema de custos é muito mais que apenas um sistema de valorização de estoques.É,acima de tudo, um sistema de controle e como tal requer atenção constante de vocês.

Esperamos que este módulo de treinamento contribua para o “STAT-UP” de uma série de melhorias possíveis de se realizar no seu desenvolvimento e no seu trabalho. Estaremos sempre à disposição para sanar dúvidas, trocar conhecimentos e analisar melhorias nos sistemas.

O ESQUEMA BÁSICO DE CUSTOS